Blackout

08/04/2010.




Enquanto enfrentava a pior fase de sua vida, após um divórcio mundialmente anunciado,
Britney entrou em um estúdio e gravou o seu quinto e melhor álbum de inéditas. Lançado no
dia 30 de outubro de 2007, o Blackout foi anunciado como um “bloqueio de
negatividade
”, numa tentativa de amenizar as polêmicas que rodeavam a
cantora
e fazer com que a sua música lhe desse espaço para desabafar sobre toda a
pressão que estava vivenciando, principalmente em sua relação com os paparazzi.

Seria um retorno triunfal ou apenas mais um álbum para sua coleção de sucessos?

Essa foi a pergunta que muitos fãs fizeram desde a desastrosa performance no VMA de 2007, quando Britney subiu no palco da premiação para realizar a única divulgação televisiva de seu novo trabalho com a contagiante Gimme More, que atingiu rapidamente o topo dos Estados Unidos em vendas digitais e recebeu mais críticas positivas do que negativasalgo inovador se tratando de Britney.

A cantora não só deixou de promover o álbum através de performances, como também fez questão de se afastar de qualquer veículo de comunicação, para não ter que se pronunciar sobre ele durante o período de lançamento. Nenhuma aparição na TV, nenhuma entrevista em revistas e nenhum comentário nas estações de rádio. Era apenas a música falando por si mesma, e a gravadora tentando desenvolver comerciais baseados no clipe do carro-chefe do álbum, que foi a única gravação oficial que a Britney topou realizar.

Para não dizer que o Blackout foi totalmente ignorado pela própria Britney, na semana de lançamento do álbum, ela entrou ao vivo na estação de rádio KIIS FM para falar com o apresentador Ryan Seacrest sobre o novo trabalho, mas, acompanhada por Sam Lufti (o pseudo-empresário) e Alli Sims (a pseudo-prima), ela parecia não estar muito empolgada em comentar sobre ele, dizendo que ficou em sua casa vendo filme no dia de lançamento, interrompendo a entrevista para tomar um banho.

Mais tarde, já em maio de 2008, Britney realizou uma entrevista por e-mail com
a estação de rádio Bluri
, onde revelou:

“Bem, este é meu álbum predileto, dentre todos que já fiz até hoje.
Eu fiquei gravando ele por algum tempo. Trabalhei com
muitas pessoas diferentesdessa vez e que
realmente fizeram este ótimo álbum.
Bloodshy & Avant, Danja, J.R. e
Sean Garret foram alguns eles.
Eu queria um álbum que me
levasse a um novo nível e seguisse
o que eu estava sentindo. Acho que nós
fizemos isso. Eu queria algo novo.”

Mas afinal, o Blackout foi um álbum da Britney ou da
Jive Records?

Alguns acreditam que ela foi forçada a gravar o álbum
para cumprir com seu contrato, outros pensam que foi uma
medida estratégica para evitar danos maiores em sua carreira.
De qualquer forma, o álbum foi abalado por sucessivos problemas
pessoais
. Foram tantos colapsos que Britney conseguiu gravar clipes
para apenas os dois primeiros singles
, já que não estava em condições
de continuar qualquer trabalho musical.

Com toda a negatividade que infelizmente um novo álbum não conseguiu suportar,
as músicas desenvolvidas num provável momento de lucidez foram o único acerto num
período tão controverso
. Além da produção espetacular, comnomes que parecem funcionar somente ao seu lado, as letras demonstraram o seu amadurecimento: ela deu o seu recado para os tablóides, os paparazzi e para todos os que sempre desejam mais dela mesma.

“Eu não consigo me controlar / Eles querem mais / Então eu lhes darei mais”, Britney fala, se levantando diante de um bilhão de flashes com um genuíno hit arrasador em potencial. Ela não está apenas reclamando sobre os paparazzi — ela está implorando a eles por mais, com um sorriso forçado. Psicologia reversa por excelência ou uma estrela admitindo seus desejos por atenções obscuras? De qualquer maneira, é mais intrigante do que deveria ser.

Alguns críticos que ouviram o Blackout ousaram dizer que o sucesso do trabalho de Spears pouco tem ligação com suas habilidades como artista, mas sim com o talento dos produtores com quem ela trabalha. Por outro lado, o Times de Londres disse que ela “deve ficar muito orgulhosa pelo fato de que Blackout é indiscutivelmente melhor do que os trabalhos mais recentes dos seus colegas do programa do “Mickey”, Justin Timberlake (FutureSex/LoveSounds) e Christina Aguilera (Back To Basics)”. A Rolling Stone, por sua vez, deu 3,5 estrelas num total de 5 para o novo álbum, dizendo que “com o Blackout, pela primeira vez na sua carreira ela consegue fazer suas opiniões serem ouvidas”.

“Eu sou a miss Sonho Americano desde os meus 17 anos / Eu sou a miss karma ruim / agora você tem certeza de que quer um pedaço de mim? / Não é por acaso que esta indústria está em pânico”.

Esses são os explícitos versos de Piece of Me, a segunda faixa do CD. No lugar de tentar retornar à carreira que tinha, Britney decidiu fazer de sua experiência de vida a matéria-prima para criar um sólido segundo ato em sua trajetória, um no qual ela não serve mais de ventríloqua da “indústria”, podendo assim ganhar sua própria voz.

Assim como a revista Bravo publicou, o Blackout não é poesia. Ainda assim, há algo de encantador nele, que é perfeitamente um aproveitável álbum dance abundante em exuberantes elementos “electro” — que fica no mesmo nível dos seus hits mais quentes, I'm A Slave 4 U e Toxic. Diga o que você quiser sobre a vida pessoal de Britney, mas nunca duvide de que a garota sabe como se divertir — e ao mesmo tempo produzir um álbum tão respeitável.











As únicas fotos de divulgação usadas para promoção do álbum foram feitas pela fotógrafa e diretora alemã Ellen Von Unwerth, especializada em erótico feminino.















Existe também uma versão digital do encarte, para os usuários que compram o álbum através do iTunes.




Blackout foi o único álbum de inéditas da carreira de Britney que não recebeu uma massiva divulgação de promoção, usando apenas os videoclipes para promover o álbum — além, é claro, da performance de abertura no VMA 2007, que foi considerada a pior apresentação que a cantora já fez em uma premiação.


Durante o período de lançamento do álbum, a gravadora aproveitou os novos e antigos recordes alcançados por Britney para lançar alguns comerciais na TV e no site de vídeos YouTube, que exibiam suas principais conquistas enquanto cenas do clipe de Gimme More foram utilizadas ao fundo.

Para melhorar a abalada relação entre Britney e seus fãs, a gravadora não poupou esforços e renovou o site oficial Britney.com — que é comandado pela própria Jive, transformando-o numa grande revista (que inclusive brinca com design dos tablóides de fofoca). O site trouxe algumas informações exclusivas sobre a cantora, através de publicações feitas pela administradora BRITannica. O site ainda promoveu uma competição entre fãs, que deveriam criar uma versão alternativa do videoclipe de Piece Of Me, onde o vencedor seria escolhido pela própria Britney e pela Jive Records, além ser transmitido ao vivo no programa TRL da MTV.





Blackout, foi lançado oficialmente no dia 30 de outubro nos Estados Unidos vendendo aproximadamente 290.000 cópias na primeira semana de vendas, este foi o único álbum da carreira de Britney a não estrear na primeira posição na lista da Billboard, quebrando a tradição dos quatro álbuns anteriores. Nos Estados Unidos, o álbum vendeu ao todo 967.000 cópias.

No Reino Unido, o álbum recebeu certificado de ouro — assim como na França e na Grécia — e teve o melhor desempenho nos charts desde o álbum Oops!... I Did It Again. Mesmo estreando na segunda posição entre os álbuns mais vendidos, Blackout logo saiu do Top 40, mas conseguiu voltar a 25ª posição devido ao sucesso dos singles do álbum.

Na Austrália, o álbum estreou na terceira posição do chart, vendendo aproximadamente 9.987 cópias na semana de estréia. Blackout recebeu certificado de platina na Austrália, vendendo ao todo cerca de 70.000 cópias. O álbum também conseguiu 3x disco de Platina na Irlanda, 2x no Japão e Rússia.

Na Nova Zelândia, o álbum estreou na oitava posição nos charts, além de receber certificado de platina após vender 7.500 cópias em quinze semanas. Retornou ao top 15 do chart devido ao sucesso do single Piece of Me, onde permaneceu por 3 semanas.

Mesmo tendo um ótimo desempenho em vários países, Blackout vendeu aproximadamente três milhões de cópias no mundo, sendo desde então, o álbum de inéditas menos vendido da carreira de Britney. Blackout estreou em primeiro lugar em quatro países: Canadá, Coréia do Sul, Irlanda e Israel, e no Global Chart.

O álbum, tendo apenas a divulgação com videoclipes, conseguiu nomeações em cerimonias de altíssimo nível. Blackout foi escolhido como o Melhor Álbum do Ano pelos visitantes da Billboard e também no Europe Music Awards. Também foi eleito o Melhor Álbum Internacional no NRJ Music Awards, Hit Music Awards e Alfa Music Awards Awards, onde Gimme More também recebeu o título de Melhor Música.

Piece of Me, segundo single de Blackout deu à Britney pela primeira vez em toda sua carreira três austronatas em uma só noite da premiação mais cobiçada do ano, o MTV Video Music Awards 2008. O single venceu em todas as categorias em que concorria: Melhor Vídeo Feminino, Melhor Vodeo Pop e Vídeo do Ano.


O Video Music Awards ajudou Piece of Me nas paradas americanas. Após várias semanas sem dar qualquer sinal de existência, o single reapareceu na 130ª posição do Hot Digital Songs, vendendo 9.685 cópias. A música chegou ao número de 1.208.380 em downloads vendidos no território americano, e também voltou ao Top 100 iTunes onde permaneceu na 53ª posição.





A capa do CD é a mesma capa do CD-Single Gimme More, porém colorizada digitalmente. A mesma foto também foi usada como promocional do Video Music Awards 2007, quando foi confirmada a performance de Britney no evento. O encarte do álbum é o único que não possui letras e nem agradecimentos da cantora.

Radar seria o terceiro single do álbum, mas acabou sendo lançado apenas em algumas rádios de alguns países na Europa como quarto single. Rolavam rumores que Britney gravaria o videoclipe em Londres, e que a própria seria a diretora do clipe.

A música Get Back virou single, mas não com Britney. O cantor italiano Osvaldo Supino, fez a sua versão da música.

Everybody foi lançado também no CD-Single Break The Ice.

A Billboard mudou durante a semana de lançamento do Blackout o método de contagem de vendas de CDs nos Estados Unidos — que antes não contabilizava as vendas nas lojas Wal-Mart, principal rede de supermercado norte-americano. A banda The Eagles fez o lançamento exclusivo somente nas lojas com um preço relativamente mais barato que o preço convencional do mercado, vendendo mais de 600 mil cópias na mesma semana que o lançamento do Blackout, tirando assim o primeiro lugar de Britney na lista dos álbuns mais vendidos. Entretando, Spears se tornou a única mulher em que seus 5 primeiros álbuns de estúdio entraram entre os dois primeiros lugares da parada. Na Europa, o resultado foi ao contrário, e o álbum estreou em primeiro lugar, deixando a banda The Eagles na 2ª posição.

Na lista dos álbuns mais vendidos de 2007 no mundo, Blackout ficou na 42º posição vendendo mais de 1.200.000 mil cópias.

No ranking da BBC, o Sound Index — que determinava os mil discos mais populares do momento (os discos mais falados, compartilhados, escutados, e vendidos) através de uma busca nos principais sites de música do mundo (Bebo, MySpace, Last.fm, iTunes, Google e YouTube) —, Blackout ficou por duas semanas na primeira posição do site e permaneceu no top 10 por várias semanas.

O cantor e produtor musical Moby, confessou que quando Britney estava passando por seus problemas em 2007, falou com seus empresários e representantes e se ofereceu para passar uma semana com Britney no estúdio de gravação para gravar algumas músicas para o Blackout. Entretanto não responderam ao seu pedido, mas que esta idéia de trabalhar com a cantora ainda não foi descartada. Moby escreveu a música Early Mornin' do álbum In The Zone.

Entre 2006 e 2007, durante as gravações para o álbum Blackout, o rapper Ne-Yo foi contratado para trabalhar em algumas músicas para o então aguardado álbum de retorno de Britney. Depois de concluir algumas músicas, ele tentou entrar em contato com a equipe envolvida no projeto para que suas músicas fossem analisadas, porém suas músicas foram recusadas.

Os produtores Freescha falaram em uma entrevista ao site The Space Station sobre como foi trabalhar com Britney Spears na música Heaven on Earth: “passamos um mês escrevendo e gravando a música, que chegou aos ouvidos de uma pessoa ligada à Britney, que fez com que a cantora ouvisse e gostasse da música. Pouco tempo depois, fomos chamados ao estúdio, onde Spears pode gravar seu vocal”.

Após ganhar 3 Astronautas de Prata no VMA 2008, Blackout reapareceu na 176º posição na lista do Top 200 Albums da Billboard, vendendo 3.245 cópias.

Na semana de estreia do álbum sucessor do Blackout (Circus), a euforia foi tão grande que entre as vendas até o Blackout apareceu no Chart da Billboard, vendendo mais de 4.600 cópias e ficou com a 198ª posição na lista dos álbuns mais vendidos.

O jornal britânico The Times elegeu o álbum um dos melhores álbuns Pop já lançados no mundo. “O título foi bastante pertinente — Spears havia raspado sua cabeça e estava entrando e saindo de clínicas de reabilitação, quando este vocalmente mastigado, cruelmente metálico álbum apareceu. Ninguém esperava que fosse tão bom”, disse o jornal. O CD ficou com a quinta posição entre os 100 selecionados.

Blackout foi eleito através de uma votação no site da revista Rolling Stone, o sétimo melhor álbum da década.
Pesquisa, tradução, publicação e edição: Carlos Silva, Felipe Sona, Juliana Martins e Raphael Daltio


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